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A ideia de incendiar o moinho
também veio do Florey,
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que achou que o laboratório também
devia estar situado no moinho.
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As ideias de pré-produção do Hall
e do Rosse para o monstro
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foram obviamente rejeitadas
pelo Whale,
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ele próprio um designer
de produção experiente.
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Ele era muito meticuloso em relação a
todas as sombras e posições da câmara,
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e ao modo como a tela ficava
tão completamente cheia até a cima.
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Há uma verticalidade incrível
no design dos cenários dele.
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Emocionalmente, muito do Frankenstein
conduz àquele momento
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em que o monstro
vê o Sol pela primeira vez
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e ergue os braços, a tentar tocar-lhe.
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E pensamos se toda
a verticalidade do filme
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não foi concebida pelo Whale
só para nos levar até esse momento.
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O equipamento trepidante do laboratório
foi obra do Kenneth Strickfaden,
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um inventor de Santa Monica que marcou
os laboratórios de cientistas loucos.
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As máquinas originais continuariam
a aparecer em filmes até aos anos 70.
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Karloff era o quarto num cartaz
encimado pelo Colin Clive,
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um actor cujos papéis de angustiado
reflectiam tristemente a sua perturbação.
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O James Whale preferiu-o ao
Leslie Howard previamente considerado.
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O Colin Clive - o Henry Frankenstein -
era uma personalidade arruinada,
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com uma personalidade
mais Jekyll e Hyde,
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Jekyll quando estava sóbrio.
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É verdade que a equipa de
Frankenstein estava apreensiva,
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quando o filme foi feito,
que o Clive pudesse começar a beber
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e tornar-se o Mr. Hyde,
se quiserem, numa noite em Hollywood,
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e isso podia comprometer o filme.
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Mas o Whale teve grande sensibilidade
ao lidar com ele.
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A Mae Clarke fez de
noiva do Frankenstein, a Elizabeth,
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e partilhou as suas memórias com o
historiador de cinema Gregory Mank.
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A Mae Clarke continuava a ser ainda
actriz e insistia em representar as cenas
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de Frankenstein no seu estúdio
nas instalações cinematográficas.
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E ela levantava-se e fazia de monstro.
Agradava-lhe fazer de monstro.
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Ela punha-se a andar pela sala
com os passos do monstro.