1:39:02
Se morreres,
será pela sua mão, não pela minha.
1:39:36
Adeus, meu irmão de outrora.
1:39:52
Sobre a terra inóspita,
1:39:56
caminha agora só
o homem que caminhou com reis.
1:40:01
Arrancado ao cume do poder real,
1:40:04
despido de toda a autoridade
e riqueza terrena,
1:40:07
um homem abandonado,
sem país e sem esperança.
1:40:12
A alma em turbilhão, como os ventos
quentes e as areias tempestuosas,
1:40:18
que o açoitam com a fúria
dum chicote de capataz.
1:40:23
É impelido a avançar,
sempre a avançar,
1:40:27
por um Deus desconhecido,
1:40:30
em direcção
a uma terra que não se vê.
1:40:34
Para o deserto escaldante do pecado,
1:40:38
onde sentinelas de granito se erguem
como torres de morte viva
1:40:42
para lhe vedar o caminho.
1:40:44
Cada noite traz
o abraço negro da solidão.
1:40:49
Ouve,
no sussurrar zombeteiro do vento,
1:40:52
o eco das vozes da escuridão.