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"Näo me conte sonhos cheios de desejo
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"Se está a arder, mostre-me
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"Aqui estamos juntos no meio da noite
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"Näo fale da primavera
Abrace-me só
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"Qualquer um que já se tenha
apaixonado lhe dirá
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"Que esta näo é altura para conversas
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"Os seus lábios näo ansiaram pelos meus?
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"Näo me diga quanto, mostre-me
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"Mostre-me
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"Näo me fale de amor duradouro
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"Näo me faca juras de amor
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"Mostre-me agora
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"Näo me cante uma cancäo,
näo me leia nenhum verso
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"Näo me faca perder tempo, mostre-me
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"Näo fale de Junho, näo fale de outono
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"Näo diga nada, mostre-me
2:05:55
"Nunca mais quero ouvir outra palavra
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"Näo há nenhuma que näo tenha ouvido
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"Aqui estamos juntos
no que tem de ser um sonho
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"Diga só mais uma palavra e eu gritarei
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"Os seus bracos nunca ansiaram
pelos meus?
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"Por favor näo explique, mostre-me
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"Mostre-me
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"Näo espere que rugas e linhas
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"Aparecam em toda a minha cara
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"Mostre-me agora! "
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-Onde vai?
-Ao rio.
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-Para quë?
-Para lhe fazer um buraco.
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Eliza, querida, que queres dizer com isso?
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-Mas näo tenho dinheiro.
-Eu tenho.
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-Onde vamos?
-Ao lugar onde pertenco.