Teorema
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:49:01
os meus e os do meu mundo.
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Você me tirou da ordem
natural das coisas.

:49:09
E, enquanto você estava perto,
eu não tinha percebido.

:49:14
Agora entendo que
você vai embora.

:49:18
E perder você me conscientizou
da minha diferença.

:49:24
O que será de mim?
:49:27
O futuro será como viver
perto de um outro "eu"...

:49:30
que não tem nada
a ver comigo.

:49:33
Devo chegar ao fundo
dessa diferença...

:49:37
que você me revelou...
:49:39
e que é a minha íntima
e angustiante natureza?

:49:43
Mas, se não quero...
:49:47
tudo isso não vai me colocar
contra tudo e contra todos?

:49:56
Agora percebo
que nunca tive...

:50:01
interesse real por nada.
:50:07
Não falo de grandes
interesses...

:50:11
mas, dos pequenos, como o
do meu marido pela fábrica...

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do meu filho pelos estudos,
de Odetta pela família...

:50:23
Eu? Nada.
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Não entendo como consegui
viver nesse vazio. E vivi.

:50:32
Se havia alguma coisa...
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um pouco de amor
instintivo pela vida...

:50:40
era estéril, como um jardim
onde ninguém passa.

:50:47
Na verdade, esse vazio continha
valores falsos e mesquinhos...

:50:54
de um acúmulo horrível
de idéias erradas.


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