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Coco. Bonjour. Sempre vieste.
Entra.
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-Cheguei cedo?
-Não. Dá-me o casaco.
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-A equipa?
-Estás a olhar para ela.
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Tenho de ter o controlo
do produto criativo.
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Como o Godard.
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-O Jean-Luc Godard? Conheces?
-Francês?
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-Já viste algum dos filmes dele?
-Já.
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Então sabes do que falo.
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Sabes, pertenço à escola
cinematográfica de autores.
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É tipo...
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Uma abordagem mediterrânica,
percebes?
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-Queres uma cerveja?
-Não.
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-Descontraías.
-Isto passa. Tenho muito em que pensar.
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Entendo.
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-Quê?
-Vem cá.
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Isso. Quero que te sentes aqui.
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Vamos fazer um belo close-up
desse lindo rosto.
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Fico algo nervosa no início,
mas isto passa.
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Não te preocupes.
Tratamos dos diálogos depois.
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-Gostas de filmes artísticos, Coco?
-Antonioni e esses? Gosto.
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É melhor que
Laverne e Shirley.
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Coco, nem imaginas o que fazes
às minhas lentes.
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Tens uma relacão natural
com a câmara.
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Incrível. Alguns actores fazem amor
com a câmara.
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A Garbo fazia.
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A Monroe também.
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Tu também podias.
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-Sim?
-Sim.
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Despes a parte de cima?
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-O quê?
-Despes a blusa?
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-Está a gozar?
-Não, não estou.
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Que foi? Pareces uma estudante parva.
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-Julgava-te profissional.
-E sou.
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Então, qual é o problema?