Cyrano de Bergerac
anterior.
apresentar.
marcadores.
seguinte.

1:03:07
Lysimon!
Boa noite, Felixérie!

1:03:11
Barthéenoide!
Querida Uranie!

1:03:21
Encontrai-o onde quer
que ele esteja!

1:03:23
Dizei-lhe que quero ainda,
esta noite,

1:03:25
satisfazer o mais doce
dos seus desejos.

1:03:27
As preciosidades que ele soube
escrever-me, desde há dois dias,

1:03:29
quero que ele mas diga
junto de mim...

1:03:30
- Vinde depressa!
- Já vou...

1:03:32
Ide ter com esses idiotas.
1:03:39
Vêde! A aldraba está
coberta de panos!

1:03:43
Abafaram-te para que
o metal não perturbasse

1:03:45
os belos discursos,
brutinho!

1:03:55
É esta noite, ou nunca!
Prepara a tua memória!

1:03:58
- Chegou o teu momento de glória!
- O quê? Que escreves tu agora?

1:04:00
As palavras que vais dizer.
Vais ter de falar.

1:04:03
Sim, ela quer ver-te, finalmente.
Não percamos tempo.

1:04:07
Toma, eis o início!
Senta-te e aprende!

1:04:09
- Não.
- Aprende a tua lição!

1:04:11
Não, não decorarei nada!
1:04:13
Estou farto de utilizar
palavras que são tuas!

1:04:15
Agora, já sei, sim,
sinto que ela me ama!

1:04:17
Obrigado. Já não tenho medo.
Vou eu próprio falar.

1:04:19
E quem te diz
que não serei capaz?

1:04:21
Não sou assim tão burro, afinal!
Verás!

1:04:23
Sim, meu caro, o teu exemplo foi
proveitoso. Saberei falar sozinho!

1:04:26
E, c'os diabos, saberei, pelo menos,
agarrá-la nos meus braços!

1:04:29
- Pois então, falai-lhe sozinho!
- Espera! Não te vás embora!

1:04:35
Boca, maravilha
de sorriso doce

1:04:39
Boca de uma feição
tão graciosa

1:04:42
Boca que diz o que é
necessário dizer

1:04:46
Boca que diz menos
que os olhos...

1:04:49
Belos olhos cuja ferida
profunda...

1:04:52
perturba continuamente
os corações

1:04:55
O doce repouso
que nasce apenas

1:04:57
de um tão leve movimento.
1:04:59
Boca, a maravilha das bocas

anterior.
seguinte.