Cyrano de Bergerac
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2:05:01
Como lêdes a carta...
2:05:03
- “E eu grito: Adeus!”
- Estais a lê-la...

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“Minha querida, minha querida,
meu tesouro.”

2:05:09
- Com uma voz...
- “Meu amor!...”

2:05:11
Com uma voz...
2:05:13
Que não é a primeira vez
que a oiço!

2:05:16
“O meu coração jamais
vos abandonou um segundo.

2:05:19
E sou e serei mesmo
no outro mundo,

2:05:23
aquele que vos amou
sem limite, aquele...”

2:05:34
Como podeis ler agora?
É noite.

2:05:41
É noite?...
2:05:53
- Éreis vós.
- Não, não, Roxane, não!

2:05:57
Eu deveria ter adivinhado,
quando vós dizíeis o meu nome!

2:06:00
- Não! Não era eu!
- Éreis vós!

2:06:02
Juro-vos...
2:06:04
Compreendo toda a generosa
mentira: as cartas, éreis vós...

2:06:08
As palavras queridas
e loucas, éreis vós...

2:06:10
A voz na noite, éreis vós.
2:06:12
- Juro-vos que não!
- A alma, era a vossa!

2:06:15
- Eu não vos amava.
- Vós amáveis-me!

2:06:17
- Era o outro!
- Vós amáveis-me!

2:06:18
- Não!
- Já o dizeis com menos força!

2:06:21
Não, não, meu amor querido,
eu não vos amava!

2:06:32
Quantas coisas morreram...
e nasceram!

2:06:38
Porque vos calastes
durante 14 anos,

2:06:40
já que nesta carta
que não era dele,

2:06:43
as lágrimas eram vossas?
2:06:45
O sangue era o dele.
2:06:51
Cyrano! Estás aí?
2:06:54
Boa noite, meus amigos!
2:06:57
Ao vir até aqui, ele matou-se,
Senhora!

2:06:59
Mas então, aquela fraqueza
de há pouco? Aquela?


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