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Nem pensar.
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O Gabinete encontrava-se no estrangeiro,
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as tropas abafariam qualquer motim,
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os telefones não podiam espalhar
histórias inconvenientes...
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Nada foi deixado ao acaso,
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ele não podia sair dali com vida.
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A seguir, coisa nenhuma ficou na mesma.
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O Vietname tornou-se sério,
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o Pentágono e a CIA viviam
numa atmosfera irreal...
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Nós nas Operações Secretas sabíamos
que nada sairia da Warren.
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Mas havia qualquer coisa...
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Mais funda,
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mais feia.
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Conheci bem o Allen Dulles,
estive muitas vezes em casa dele.
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Mas nomearem-no para investigar
a morte do homem que o despedira?
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Dulles esse, a propósito,
que era o benfeitor do General Y.
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Saí de lá em 64.
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Passei à vida civil.
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Nunca pensei que o Kennedy fosse tão
perigoso para os que detinham o poder...
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Foi por causa disso?
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O ponto fulcral é esse... O porquê.
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O como e o porquê
só servem de distracção ao povo.
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Oswald, Ruby, Cuba, a mafia...
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É um jogo de adivinha
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que o impede de formular
a pergunta realmente importante:
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porque foi Kennedy assassinado?
Quem lucrou?
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Quem tinha poder para abafar tudo?
Quem?
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Em 1961,
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logo após a Baía dos Porcos
- muito pouca gente sabe isto -
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participei na redacção
das Directivas de Segurança 55, 56 e 57.
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São documentos de segurança máxima.
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Neles, Kennedy informava
o General Lemnitzer
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que dali em diante os chefes
de Estado-Maior ficavam responsáveis
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por todos os actos subversivos das tropas,
em tempo de paz.
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Isso acabava com o reino da CIA.
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Ficava "dividida em mil bocados",
o que JFK prometera fazer.