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Sou eu, querida.
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Desmaiei e quando acordei...
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estava tudo escuro.
Fiquei gritando, gritando...
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mas ninguém me ouvia. Não sabia
onde estava. Fiquei com medo.
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Está bem, querida.
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Ernest, estou no necrotério.
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- Por que estou aqui?
- Calma. Escute.
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Agora entendo. É fisicamente
impossível, mas entendo.
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Pensam que estou morta.
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Pensam, mas não está.
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Em toda a história
da Medicina...
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isto nunca
aconteceu com ninguém.
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Por que aconteceu comigo?
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Sabe o que é, querida?
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É um aviso! Um presságio!
Uma mata em chamas!
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- Sou?
- Claro que é!
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Dizendo que não podemos
nos separar.
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E que está me chamando!
É um desafio!
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Não entende?
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É um milagre!