Much Ado About Nothing
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Não sei versejar.
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Tentei.
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Para "dama", apenas me ocorre "fama".
Uma rima inocente.

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Para "desprezo", "teso".
Uma rima inconveniente.

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Para "escola", "parvajola".
Uma rima coxa.

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Tudo rimas ominosas.
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Não,
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não nasci para poeta,
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nem sei cortejar
com belos fraseados.

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Doce Beatrice,
vens quando eu te chamo?

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Sim, e partirei
quando mo ordenardes.

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Fica, então.
1:29:42
O "então" já lá vai. Adeus.
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No entanto,
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antes de me retirar...
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... dizei-me o que se passou
entre vós e Claudio.

1:29:59
Trocámos apenas palavras azedas.
Agora, vou beijar-te.

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Palavras azedas sabem mal e tornam
o hálito desagradável. Beijos, não.

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Mudaste o sentido das palavras,
tão fino é o teu espírito.

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Claudio aceitou o meu desafio.
Ou ele me dá notícias em breve

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ou acuso-o de ser cobarde.
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Por favor,
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diz-me por qual dos meus defeitos
te apaixonaste primeiro.

1:30:34
Por todos eles,
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pois o conjunto é de tal forma malicioso
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que não permite a intromissão
de uma qualidade que seja.

1:30:44
E qual das minhas qualidades
vos fez padecer de amor por mim?

1:30:47
Padecer de amor! É bem dito,
pois amo-te contrariado.

1:30:52
Desprezando o vosso coração.
Coitado dele.

1:30:55
Se o desprezais, eu farei o mesmo.
1:30:58
Nunca amarei
o que o meu amigo odeia.


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