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Meu anjo.
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A minha mãe escrevia tudo...
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para não perder o contacto
com a realidade.
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O que ela escreveu, ajudou-me
a ultrapassar os meus terrores.
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Hoje em dia,
pergunto-me se quero contribuir
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para a história interminável
do ódio, sangue e vingança.
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Mas já não encontro
razão para tal.
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Para mim a vida é...
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... a minha filha...
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... o Pedro...
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... a luz...
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... o dia...
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... o momento presente...
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... as memórias...
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... o futuro.
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Para mim, a própria vida
tornou-se o mais importante.