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tudo corria bem,
os deuses estavam felizes.
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E eu decidi
complicar a minha vida.
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Para um gajo que gosta de coisas certas...
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Eu estava prestes a apostar o resto
da minha vida numa hipótese muito remota.
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Não estamos a ficar mais novos.
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Não achas que é tempo?
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Não estás a ficar farta desta merda toda?
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O quê? Estás a cortar-me as pernas?
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Vou fazer melhor ainda.
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Estou a tentar casar contigo.
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Queres casar comigo?
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Estou a falar sério.
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Quero assentar.
Quero uma família.
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Ficaste com a rapariga errada, Sam.
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Eu sei que daria um bom pai,
que darias uma boa mãe.
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Tu não me conheces.
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Conheces-me à dois, três meses.
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Tenho 43 anos.
Não quero esperar.
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Eu conheço-te bem o suficiente
para saber que te amo.
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E não consigo pensar
em alguém melhor para estar.
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E já não me apetece
esperar mais.
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Conheces muitas pessoas casadas felizes, Sam?
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Porque eu não.
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Sim, eu sei isso tudo.
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Eu preocupo-me contigo.
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Mas simplesmente não tenho esse
tipo de sentimentos por ti.
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Desculpa.
Não estou apaixonada por ti.
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- Tudo bem, tudo bem.
- Entendes?
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Desculpa.
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Não, eu... eu...
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...pode crescer.
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Desde que haja respeito mútuo,
esse tipo de coisa pode crescer.
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Sou realista.
Eu posso aceitar isso.
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Ao fim e ao cabo o que é o amor?
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É o respeito mútuo.
É uma entrega.
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É uma pessoa preocupar-se com a outra.
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E se nós pudéssemos estabelecer
uma espécie de alicerce...
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baseado nesse respeito mútuo...