Othello
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:11:04
...meus mui nobres e
aprovados bons mestres...

:11:09
...que eu levei embora
a filha deste velho...

:11:12
...isso é verdade.
Deveras, eu a desposei.

:11:16
A substância da minha ofensa
tem essa extensão e nada mais.

:11:21
Sou rude ao falar...
:11:23
...e pouco versado
na gentil retórica da paz...

:11:28
pois, desde que meus braços
tinham a força dos sete anos...

:11:31
...até hoje, tirando umas nove luas...
:11:33
...sua ação mais valiosa
eles exerceram no campo de batalha.

:11:37
E pouco posso dizer
sobre este vasto mundo...

:11:40
...que não diga respeito
a refregas e lutas.

:11:43
Portanto, pouco serviço
farei à minha causa...

:11:46
...falando de mim mesmo.
Mas à vossa paciência...

:11:51
...um relato sóbrio e
desadorno narrarei...

:11:55
...de todo o meu amor:
:11:58
que drogas, que encantos...
:12:01
...que sortilégios
e que potente magia...

:12:06
...pois disso sou acusado...
usei para conquistar sua filha.

:12:11
Uma virgem submissa...
:12:13
...de espírito tão calmo e quieto
que ruborizava a cada movimento!

:12:17
E ela, a despeito dessa
natureza, se enamora...

:12:19
...da coisa que mais temia olhar?
:12:21
Rogo-vos que chameis a dama aqui...
:12:24
...e deixeis que fale de mim
diante de seu pai.

:12:26
Se seu relato me incriminar...
:12:29
...a confiança, o posto que obtive
de vós, não apenas tomai-me...

:12:33
...mas sentenciai
até contra minha vida.

:12:40
Trazei Desdemona.
:12:52
Seu pai me amava...
:12:55
...e amiúde me convidava...
:12:57
...a descrever a história
da minha vida, ano após ano...


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