Romeo Juliet
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:29:17
Se com minha mais desprezível
mão avilto eu este sagrado relicário,

:29:20
este é o gentil pecado.
:29:28
Meus lábios, dois peregrinos
corados, prontos estão

:29:31
para amenizar esse indelicado
toque com um terno beijo.

:29:35
Bom peregrino,
demais amaldiçoais a vossa mão,

:29:38
que nisto mostra delicada devoção.
:29:40
Pois têm os santos mãos
que as mãos de peregrinos tocam,

:29:45
e entre palma e palma é sagrado o beijo.
:29:48
Não têm os santos lábios
sagrados, e palmas também?

:29:52
Decerto, peregrino, lábios
que em orações hão-de usar.

:29:56
Pois bem, santinha,
que os lábios façam o que fazem as mãos

:29:59
Orações fazem, aceitarás,
que em desespero se não mude a fé.

:30:02
Não se movem porém os santos,
aceitai, por razão d'orações.

:30:07
Não vos moveis, pois,
até minh' oração efeito ter.

:30:14
Dave!
:30:26
Assim, dos meus lábios,
pelos vossos, se redime meu pecado.

:30:29
Para meus lábios passa então
o pecado dos vossos?

:30:31
Pecado dos meus lábios?
Oh trespasse docemente urgido!

:30:34
Dai-me de volta o meu pecado.
:30:38
Com sabedoria beijais vós.
:30:47
Julieta! Julieta! Oh!
:30:49
Julieta?
:30:52
Julieta!

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