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O meu pai gostava que eu
me comportasse mais como ela.
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- Ela era muito respeitável.
- É assim que ele a descreve?
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- Sim. Mas eu não acredito.
- Ela parecia-se mais consigo.
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Talvez.
Seria uma forma de conhecê-la.
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A minha niñera disse-me que
os mortos nos vêem à luz do luar.
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Quando era jovem, escapulia-me
de noite e cavalgava pela Andaluzia.
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Acenava para o céu
para ela saber que era eu.
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- Como morreu ela?
- Ao dar-me à luz.
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O meu pai raramente fala dela.
Acho que lhe deve custar.
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Sim ...
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Eu sei o que é
perder um ente amado.
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Uma filha. Há muito tempo.
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Quando a vejo, recordo
a sensação de ser pai.
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- A sua mãe teria orgulho em si.
- Obrigada.
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Tenho de perguntar-lhe ...
Já nos encontrámos alguma vez?
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Não, o que a leva a pensar isso?
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É estranho ...
A sua voz é-me familiar.
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A última vez que estive em Espanha
foi antes do seu nascimento.
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Claro.
É uma voz muito agradável.