:52:00
``Para fazer o quê?``
``Anda comigo.``
:52:03
``Não quero cantar mais``,
disse-lhe eu.
:52:05
``Não, preciso da tua voz,
ninguém mais faz o que fazes.``
:52:10
E eu pergunto, ``Quando é
que isso vai ser, amanhã?``
:52:13
``Não, já!``, diz ele.
``Ao menos tomo um duche...``
:52:16
``Não, já!``, diz ele.
``Nem pensar``, respondo eu.
:52:18
Mas insistiu tanto
que pude só lavar a cara
:52:21
e limpar um pouco da graxa
com que estava sujo.
:52:26
E viemos aqui, aos Egrem.
:52:29
E aqui, nos Estúdios Egrem,
encontrei o Eliades de Ochoa.
:52:35
Logo que me viu
:52:36
- ele estava com
o Company segundo e outros,
:52:41
o Rubén estava sentado
ao piano...
:52:45
Logo que me viu
:52:47
pôs-se a tocar...
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Um número que eu tinha tornado
muito popular, aqui em Cuba,
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chamado Candela, uma composição
de Faustino Oramas, ``El Guayabero``.
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E eu começo...
:53:02
Ali vai um rato bailarino
Muito contente da vida
:53:05
E outro tamborila um ritmo
Que dá muita alegria.
:53:08
Um gato surge também
Muito elegante e contente
:53:12
Boa tarde, meu amigo...
:53:14
A música é assim.
Eu começo a cantá-la,
:53:18
o Ry estava na cabina de som
e andava com o olho em mim...
:53:24
E mal me ouviu
:53:27
decidiu gravar a música.
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Eu pensei, ``Tudo bem, não há
problema...`` E gravámo-la.
:53:36
Foi assim que recomecei
a cantar.
:53:39
Fogo, fogo!
Estou todo a arder
:53:50
Faustino Oramas e amigos,
:53:53
Apaguem-me este meu fogo
:53:59
se estão perdidos
Disquem sete zeros