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O mal pode isolar-se
cientificamente,
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há que despojá-lo
de todos os preconceitos,
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destruir o invólucro humanitário
que o perverte.
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E explica...
Mutilação, tortura,
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o exercício do horror
como caminho da purificação.
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O sacramento da atrocidade final.
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Seria uma espécie de síntese
do mal absoluto,
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um acto de barbárie
tão monstruoso,
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que os transpusesse
para um nível superior de consciência.
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Seria como que uma chave duma di-
mensão elevada de poder, de prazer,
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tudo sem limites.
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Um outro tipo de santidade.
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Vai dar tudo ao mesmo,
os extremos acabam por se tocar.
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- Que patológico!
- Há uma coisa curiosa.
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Já ouviram falar da Sociedade Thule?
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Era uma sociedade secreta ocultista
que apoiava o Gabinete Nazi do Oculto.
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O próprio Hitler era membro,
chamavam-lhe o médium.
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As preocupações deles
estavam muito nesta linha.
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- Haverá alguma relação?
- Estou certo que não.
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Afinal tratam-se
de preocupaçôes universais,
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há centenas de referências
que se aproximam.
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- E o papel dos anjos, qual é?
- Aqui diz qualquer coisa.
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Vaguearão perdidos e doentes
e serão despojados do nome,
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porque o nome é o verbo,
instrumento da mentira.
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Daí o título Os Sem Nome.
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O nome é visto como uma imperfeição
que nos sujeita à condição de homens.
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Como vêem,
são fantasias dum louco.
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Eu vi a casa dos anjos, estive lá.
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Em que andas metido?
Não deixaste a polícia?
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Vão fazer-lhe coisas horríveis!
Para isso a queriam!
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Por isso ma tiraram!