Summer of Sam
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:27:03
Três, quatro, cinco?
:27:05
E sem lhe faltar ao respeito
ontem, em Harlem,

:27:08
quantos gajos de cor
se mataram uns aos outros?

:27:12
Sete, oito?
:27:13
Pelo menos. E nas noites
de Sábado, com sorte, vinte.

:27:18
- Eu cá vou-me embora.
- Calma...

:27:22
Então porque não te interessa
quem matou esses?

:27:26
Os jornais não querem saber?
:27:29
Eles não merecem parangonas?
:27:32
Anda um louco homicida à solta
por aí e não queres fazer nada?

:27:38
Andas a chatear-me os cornos
desde que te promoveram...

:27:43
Por que será?
:27:45
Não te tratei bem em miúdo,
não te levava ao Yankee Stadium?

:27:49
Não conheceste o Mickey Mantle?
:27:51
Até te autografou uma bola,
"Para o Louie, Mickey Mantle".

:27:55
Esqueça o cabrão,
bom era o Willie Mays.

:28:02
Pronto, chega, já chega...
:28:03
E então a tua família?
Não tomei bem conta dela?

:28:07
Tratei-te como a um filho.
:28:09
E ainda tens tomates
para me vir pedir favores?

:28:13
Nunca!
:28:17
Quando foste para chui
pediste-me a opinião?

:28:20
Pediste-me a bênção? Não.
:28:26
E podias vir a ser um cana-
lizador tão bom como eu.

:28:33
Vou ler-te uma coisa.
:28:35
Mas não pode sair daqui,
nem os jornais sabem disto.

:28:40
Lê.
:28:41
"Caro senhor, magoa-me muito
:28:44
"ser descrito nos jornais
como tendo ódio às mulheres.

:28:47
"Não tenho. Mas sou um monstro,
uma criança mimada.

:28:51
"Eu sou o Filho de Sam.
O Sam adora beber sangue.

:28:56
Sai à rua e mata,
ordena o Pai Sam.

:28:59
"Atrás de nossa casa,
algumas descansam.


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