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cercado de àrvores, animais e gente
a quem eu para nada interessava.
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Ó miúdo, despacha-te com a água!
Espera-se por tudo nesta casa!
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Passei os primeiros anos
rodeado por uma data de infelizes,
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todas às ordens da minha Avó,
que era a dona da casa.
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A única mulher que jamais vi
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que mijava de pé e falava com Deus
ao mesmo tempo.
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A minha Mãe era uma mulher
muito bela e muito só.
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Só tinha conhecido um homem,
o meu Pai,
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e gozado os prazeres do amor
por uns poucos meses,
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tendo abdicado deles
por todo o resto da sua vida
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isso criou nela
uma imensa frustracão.
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A castidade dela era pior
que a de uma virgem.
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Sai da minha vista!
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Filho da puta!
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O mais extraordinârio facto
da minha infância
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foi-me proporcionado pelo céu.
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A âgua escorria pelas goteiras,
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martelando o telhado de lata
com um som de tiros,
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qual denso exército
marchando por entre as ârvores,
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inundando, formando cascatas,
ribombando em bidões,
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fazendo concertos de bidões.
Àgua caindo sobre água,
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rugindo ensopada
e fora de controlo,