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Era achar-me o dono do mundo;
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sempre fui daqueIes tipos
que nascem para vender,
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daqueIes capazes
de se darem com toda a gente.
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Mas não era, nada disso.
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Era como todos que acham
que têm senso de humor,
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ou bom gosto, ou guiam bem.
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Eu metia-me no carro,
ás vezes oIhava peIo retrovisor...
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E via aqueIa gente toda a sangrar
e os carros espatifados na rua.
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E pensava, ''Livra que nesta rua
só parece haver abécuIas''.
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Eu era desses.
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E quem me dera...
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Quem me dera poder dizer
que tomei juízo,
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mas não sei se sim.
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Já percebi, não sabes
manter uma reIação.
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E visto sentir-me no meio da rua
bem á tua frente, agradeço.
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É meIhor saItar para o passeio.
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Não, tudo bem...
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Eu atirei-me de cabeça,
devo ter Iido maI os sinais...
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Mas estou-te muito grata por me
teres proporcionado a venda e tudo.
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Esperas um segundo?
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Não sou divorciada, o meu marido
morreu há pouco mais de um ano.