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Primeiro em Nova Iorque,
trabalhei no serviço de acompanhantes,
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depois cocaína, crack...
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Fugi para Chicago
com um gordo que depois me deixou.
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Liguei-me ao cabrão desse preto.
Embora, não se deva falar mal dos mortos.
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Que se lixe, são tudo tristes banalidades.
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Sabes, a ultima vez que
estive assim sentada, foi em 1984.
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Fomos fazer campismo ao lago
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Regressa connosco a casa.
Lá está-se bem.
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O que é que eu vou lá fazer?
E aqui o que é que fazes?
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Eu gosto de estar aqui.
Na América está todo a força do Mundo.
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- No que é que está a força, irmão?
- No dinheiro!
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O dinheiro governa o Mundo.
E quem tem mais dinheiro é o mais forte.
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Tudo bem, tinhas muito dinheiro
e o que é que farias?
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- Comprava toda a gente.
- A mim também?
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O que é que ele quer?
Apetece-lhe lagostins?
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- O que é que queres?
- Diz que é porcaria.
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Os lagostins comem a porcaria do fundo.
Não se devem comer.
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Porcaria, o que?
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Olha para ti, preto como um cabrão.
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- Desaparece daqui
- Negro, vai, vai...
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A quem é chamastes negro?
Eu já te mostro o negro...
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Não devias tê-lo chamado "negro".
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- Ele é o que?
- Afroamericano
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- Qual é a diferença?
- "Negro" para eles é um insulto.
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A mim ensinaram-me na escola:
na China vivem chineses,
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na Alemanha - alemães,
em Israel - judeus e em África - negros.
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Eu penso que a força está neles.
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Há neles algo de primitivo, de animal,