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Foste sempre o meu Lancelot.
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Eu é que nunca fui o teu rei.
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Passámos horas bestiais
lá em baixo naquele parque...
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O teu Renascimento, vai?
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Muito bem, o meu novo livro
sai para o mês.
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Ando a fazer o circuito das
universidades, dando conferências.
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Os filmes continuam lá
e a fazer montes de massa...
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Só te digo isto a ti,
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mas sinto falta dos arrepios.
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Ouvi boatos que tentaste...
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Arrumar-te.
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Tentei recuperar a minha vida,
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através dum exorcismo romântico.
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Não é o significado da vida que
interessa, mas a sensação dela.
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Olha ali o Parque.
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E tenta imaginar quantos amores
foram ali perdidos e achados.
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Quantos primeiros beijos beijados,
ringues perdidos.
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E lembra-te...
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Aquele é o teu parque, amigo.
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E tens toda atua vida
para te passeares nele.