:06:00
Ouvi dizer que matou alguém.
Por isso, nunca sai.
:06:03
É preciso matar um exército
para se esconder aqui.
:06:06
Parem de gozar. Lembram-se da Shurrita?
A que vivia por baixo do Janela?
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Telefonou-me uma noite, toda histérica.
:06:15
Tinha ouvido umas pancadas
que vinham da casa dele.
:06:19
Pum...
:06:24
Enquanto estava ao telefone,
começou a gritar,
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porque as pancadas vinham escada abaixo.
:06:31
Pum...
:06:36
Jà se ouviam no lado de fora da porta.
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Dizia que ele estava a bater
com uma espécie de faca.
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Depois, a ligação foi cortada.
Foi a última vez que vimos a Shurrita.
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Aquela que vivia no outro lado da rua?
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Uma vaca viciada em crack.
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Não, ela era simpàtica.
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Só sei é que o Janela era do pior.
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A regra era:
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se fosses para a rua,
mantinhas-te afastado da casa dele.
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Nós é que nos temos de afastar de ti.
:07:03
Não acreditas em mim?
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Só dizes disparates.
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Raios.
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Deixa-me adivinhar. Tu ias até là, não ias?
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É só um velho a espreitar pela janela.
:07:15
las là, ou não?
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-Ele não ia.
-Diz-lhes.
:07:19
-Ele não ia.
-Este preto tem medo.
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Tenho o direito de desafiar.
:07:24
-E?
-Por isso,
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desafio-te a ires até là, està bem?
:07:30
Como queiras. Vou até là, sim.
:07:33
-Ele vai.
-É o maior.
:07:34
Deixem-me ir.
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És dos meus.
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Acredito em ti, Damon.
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Cala-te. Vai às aulas ou coisa parecida.
:07:44
Vem sentar-te aqui.
:07:47
-Não me aborreçam mais.
-É o meu aniversàrio.
:07:50
Senta-te ali.
:07:51
-Não me sento perto de ti.
-Leva também a maçã.