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Ela não conseguiu renovar o aluguer
do apartamento e foi morar comigo.
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As coisas ficaram nesse pé
durante anos.
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Ela não me fazia sentir infeliz,
nem angustiado,
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nem pouco à vontade.
Estão a ver...
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Eu sei que isto parece uma chatice,
mas não era.
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Também não era espectacular.
Era apenas...
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bom.
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Mas mesmo bom.
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Então porque é que de repente
sou uma besta?
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Tenho a impressão de que a Liz
falou com a Laura
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e que procurou defender-me.
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Aí a Laura deve ter-lhe contado
umas coisas, não sei bem quais.
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Deverá, contudo, ter-lhe revelado
duas, se não mesmo quatro,
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das seguintes informações.
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Primeira: que eu dormi
com outra.
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Ele dormiu com outra.
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O quê?
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Quando ela, Laura,
estava grávida.
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Quando eu estava grávida.
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Não!
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Segunda:
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que o meu caso contribuiu
directamente...
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... para eu pôr fim à gravidez.
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Não.
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Terceira: que, depois do aborto,
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eu lhe pedi muito dinheiro
emprestado.
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Uns 4 mil dólares.
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De que não paguei ainda nadinha.
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Canalha!
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Quarta: que, pouco antes
de me deixar,
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eu lhe dissera que não me sentia
feliz com aquela relação
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e que talvez andasse a modos
que à procura de outra pessoa.
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Talvez andasse a modos que
à procura de outra pessoa.