:31:02
	Tendes o nosso futuro
na ponta da vossa pena.
:31:04
	Mais poderosa do que a espada.
:31:07
	Ponde-vos no meu lugar.
Tenho que pensar nos outros.
:31:10
	Se Charenton fecha, não terão
para onde ir, nem roupa, nem comida.
:31:14
	Que se lixem! Deixai-os morrer
nas ruas, como a natureza tencionou.
:31:20
	Convosco entre eles?
:31:24
	Se fui gentil convosco,
Marquês...
:31:27
	...se vos concedi o privilégio
de passear num dia de Primavera...
:31:30
	...ou vos passei uma almofada
a mais por baixo da porta...
:31:33
	...se partilhei vosso vinho,
ri das vossas vulgaridades...
:31:35
	...ou vos animei com argumentos...
:31:38
	...condescendei agora no que digo.
:31:40
	Para vosso bem, e por Charenton.
:31:44
	Também sois poeta.
Devíeis comecar a escrever.
:31:48
	- Dais-me a vossa palavra?
- Deveras!
:31:52
	Feris-me no âmago!
:31:54
	De que serve
toda a vossa reabilitacão...
:31:56
	...se quando eu por fim sucumbo,
quando me vergo à justa conduta...
:32:01
	...me olhais só com suspeita?
:32:06
	Não tendes fé
no vosso próprio remédio?
:32:13
	Quem diria...
:32:17
	Em Charenton,
até as paredes têm olhos.
:32:20
	Não têm?
:32:28
	Então?
:32:31
	Falei com ele
com razão e compaixão...
:32:33
	...as armas que melhor
nos servem aqui.
:32:36
	Jurou obedecer.
:32:38
	É mais do que um doente, doutor.
O Marquês é meu amigo.
:32:42
	Tendes companhias estranhas, abade.
Se tendes o assunto controlado...
:32:46
	- Tenho.
- Então vou visitar um amigo.
:32:56
	- Doutor!
- Vim buscar a minha noiva.
:32:58
	Ah, sim.