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Porreiro.
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A primeira vez que fumei erva
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estava no 8ºano
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e sabia que muitos fumavam,
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mas eu tinha sempre medo
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porque fui criado num ambiente
católico muito severo.
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Ensinaram-me
que a pior coisa da vida
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era fazer a nossa mãe chorar.
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Ela disse-me que se me metesse
na droga, era a morte dela.
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Mas o Bobby
andava sempre a atazanar-me.
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Para ele era muito importante.
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Se ele fumava, eu tinha de fumar.
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Então um dia,
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estávamos a espera do autocarro
e eu fumei com ele.
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Ele disse-me que era fraquinho
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e que eu mal sentiria.
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Ele devia ter carregado na dose.
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Vi tudo deformado à minha volta.
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Não sabia o que havia de fazer.
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A única coisa que me ocorria
era fugir.
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Fugi. O Bobby corria atrás de mim
a rir como um louco.
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Cheguei a casa, meti-me na cama
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e tapei a cabeça com os cobertores.
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Enterrei-me debaixo de uma almofada.
Estava aterrado.
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O Bobby puxou-me os cobertores.
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- Sabes o que eu fiz?
- Não.