:56:01
Alguém quer falar sobre isso?
:56:03
O que se está a propor aqui?
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Uma lei que anule
os casamentos mistos? Porque não?
:56:10
Os tribunais adaptam-se.
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Nós também.
A questão não é essa.
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É demasiado inflexível, meu amigo.
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Sabe perfeitamente que os tribunais
quererão livrar-se do problema.
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Apenas refiro a dificuldade
de catalogar judeus e não-judeus.
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Se o plano é esse, só peço
que se crie um enquadramento legal.
:56:26
- Prossigamos!
- Se ignorarmos algo, paciência!
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Ignorar algo?
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Quando se aplaina madeira
voam sempre algumas aparas.
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Judeus ou juízes.
Quem são as aparas?
:56:35
Gostaria de pedir,
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relativamente
ao tom desta discussão,
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que abandonassem a ideia errada
de que o Dr. Stuckart gosta de judeus.
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Estou certo de que não gosta
e de que tem um coração puro.
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Acredita na supremacia da lei.
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Os judeus...
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... de qualquer forma, em breve
acabarão por desaparecer da Alemanha.
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Bom, mas o método...
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Aceita de ânimo leve
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a anulação de distinções legais
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e o uso de medidas extremas
e inconcebíveis
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cuja prática, repito, foi negada
à nossa Chancelaria.
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Foi a isto que chegámos.
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O soldado não escolhe
o campo de batalha.
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Onde íamos?
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O General Heydrich pediu
a vossa opinião sobre o método.
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Uma coisa é certa;
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terão o trabalho dificultado
pela Igreja Católica,
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quando o Reich permitir
o divórcio dos bons católicos.
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Os nossos padres e o Vaticano
não vão gostar muito disso.
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O Vaticano não gosta de judeus.
Porque haveria de interferir?
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Os luteranos também
não levantarão entraves.
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Concordo com o Dr. Stuckart.
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Os problemas ultrapassam
as efémeras satisfações ideológicas.
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A necessidade militar está
em primeiro lugar, não concordam?
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Porque é que isto não pode
ser mais simples?
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O Ministro da Justiça, que eu
represento, aceitará bem isso.