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Vamos comer.
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- É ridículo.
- De maneira nenhuma.
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- Pode não ser da mistura.
- Será dos charutos?
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Está tudo bem?
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Pode ter sido dos charutos.
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Nunca os suportei,
mas o meu pai mastigava-os.
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Tinha sempre a boca cheia
de um suco e de uma pasta horríveis.
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Enchia de tal forma a boca
que tinha de cuspir.
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Se fosse a si, ficaria por aí.
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Fumarei cigarros.
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Acalmam-me.
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Fazem-me bem ao estômago.
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Acalmam-me.
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O problema é que não há
cigarros que cheguem.
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- Devíamos estar lá dentro, não?
- Sim.
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Faça favor.
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- Está limpo?
- Está.
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- Quero um copo de água.
- Já levei uma garrafa.
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Não estou a falar consigo.
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E uma pastilha digestiva.
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Não gostou da comida?
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Não comi sequer.
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- Não conheço filosofia que aprove...
- Filosofia?
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É assim que encara o facto de termos
de suportar a avidez asfixiante
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desses parasitas
que comem a nossa comida,
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contaminam as nossas profissões,
controlam a nossa moeda.
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- Nada disso é verdade.
- De acordo com a sua filosofia.
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Talvez tenha sido para isso
que foram eleitos.
1:05:43
Peço desculpa. Emite uma opinião
e merece uma resposta.
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Este é um Inverno frio.
1:05:50
Apesar das manifestações,
dos cartazes e da rádio,
1:05:52
a guerra parece mais longa
e difícil.
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Os judeus são um empecilho.
1:05:58
Como é que uma figura periférica
ao grande plano pode ser um estorvo?