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Diz-lhe qualquer coisa por mim
quando ela acordar, e depois falamos.
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O que foi?
Achas que devia ficar, é isso?
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Não lhe disseste nada
antes de adormeceres,
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ela ficou a pensar nisso,
comecou a sentir-se uma merda...
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- Onde queres chegar?
- A lado nenhum.
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Estou só a dizer que a vida dela
não anda nada bem.
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Nem me fales da vida dela, está bem?
Não a conheço, não quero saber.
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Mas é bom que comeces a saber
porque já estás a entrar nela.
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- Em quê?
- Na vida dela.
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- Eu, na vida dela? Então saio já!
- Pois, isso é fácil.
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Não, o que é fácil é irmo-nos
suicidar na casa dos outros.
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Há pessoas que, no meu lugar,
teriam apresentado queixa.
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lsto dos casais é dificil.
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- O que é que é dificil? Os casais?
- Sim.
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Não vejo qual é a relação.
O que têm os casais?
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Vocês!
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- A Michéle e eu?
- Sim.
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Agora a Michéle e eu
formamos um casal?
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Dormimos com alguém e somos
um casal, com as putas também.
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Não, aí há dinheiro,
é completamente diferente.
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- É estúpido, estavam a começar bem.
- Sim, muito bem, com um suicídio.
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Mas sabes, quando começa muito mal,
tem necessariamente de melhorar.
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Ouve, não começou,
porque não existe. Acabou.
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Adeus.
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Olá, Bertrand.
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- Está tudo bem, não te preocupes.
- Estou a sentir-me mesmo mal.
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Sim, mas ela está bem.
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Tudo bem?
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Tudo bem, minha bolachinha?
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- Já não sou a tua bolachinha.
- És, sim.
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Estás a sufocar-me.
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Porque vieste?
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- É normal, és a minha bolachinha!
- Ontem disse-te que acabou.
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E hoje também, acabou.
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Pára!
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É verdade, não quero
que nos encontremos mais.