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Demora um ano, sobrinho,
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um ano inteiro, a consolarmo-nos
da perda de alguém,
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Mas a mudança ajuda, verás,
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Que melhor terra há no mundo
do que a de onde vêm os nossos?
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Sentes o limpo cheiro deste mar?
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Não nasci para a água...
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Ela, sim,
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Espero ter feito bem, tia...
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Pensei nunca mais voltar,
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Mas ao ires envelhecendo
surge uma dor, uma ânsia...
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A que tens de dar solução,
como a uma peça de um puzzle,
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Leva tempo a habituarmo-nos
ao seu ritmo,
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é um lugar como nenhum outro,
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As gentes que para cá vieram
fizeram-no por acaso
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e as que cá ficaram aprenderam
que estranhas coisas acontecem,
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Presságios, espíritos errantes...
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Coisas mágicas,
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Nós, Quoyle, deixámo-la
há cinquenta anos,
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Foram tempos difíceis...
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Estamos quase a chegar a Cabo
Quoyle, que tem o nosso nome,
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O teu,
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Não percebo tanta neve,
quando já é Maio...
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Esquece tudo o que pensavas
saber sobre clima,