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tudo o que de abstracto e intangível
experimentamos.
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O que é, por exemplo, a frustração?
Ou o que são a raiva e o amor?
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Quando digo "amor",
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o som sai da minha boca...
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e toca os ouvidos das outras pessoas,
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viaja por aquela conduta
bizantina no seu cérebro,
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através das suas memórias
de amor ou de falta dele,
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e elas registam o que eu digo,
e dizem sim, e compreendem.
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Mas como sei se compreenderam?
Porque as palavras são inertes.
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São apenas símbolos.
Estão mortas, sabias?
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E há tanto de intangível
nas nossas experiências.
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Tanta coisa que nos toca e que não
conseguimos expressar. Que não pode ser dito.
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E no entanto,
quando comunicamos com alguém,
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e quando...
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sentimos que estamos em ligação,
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e pensamos que
somos compreendidos,
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penso que sentimos
uma quase comunhão espiritual.
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E mesmo que tal sensação seja passageira,
acho que é para ela que vivemos.
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Se atentarmos nos pontos-chave
do desenvolvimento humano,
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temos de olhar
para a evolução do organismo...
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e depois para a da sua interacção
com o meio circundante.
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A evolução do organismo começa
com a evolução da vida...
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como se apercebe através da evolução
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do hominídeo até ao homem:
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Neanderthal, homem de Cro-Magnon.
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Ora, aquilo que temos aqui
são, afinal, três eixos:
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o biológico,
o antropológico
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- o desenvolvimento das cidades,
das culturas -,
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e o cultural, que é
a expressão do humano.
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Ora, ao que se assiste aqui
é à evolução das populações,
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e não tanto à evolução
do indivíduo.
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Além disso, se olharmos para
as escalas de tempo envolvidas...
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dois biliões de anos para a vida,