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que nem sequer se opõem
na realidade.
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No mundo desperto,
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o sistema neurológico inibe
a vivacidade das recordações.
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O que tem lógica em termos evolutivos.
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Teria sido má a adaptação se
a percepção visual de um predador
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se pudesse confundir com a
recordação doutro e vice-versa.
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Se uma recordação de um predador
evocasse uma percepção visual,
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passaríamos a vida na casa de banho
à mercê de pensamentos aterradores.
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É por isso que tens esses
neurónios serotónicos
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que inibem as alucinações...
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e que são inibidos
nas fases de sono REM.
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Isto faz com que os sonhos
pareçam reais...
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mas bloqueia a concorrência
de outras percepções.
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Por isso os sonhos
se confundem com a realidade.
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Para o sistema funcional de actividade
neural que cria o nosso mundo,
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não existe diferença entre uma
percepção e uma acção sonhadas
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ou ocorridas na vida desperta.
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Tive um amigo que me dizia
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que o maior erro que se pode cometer
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é pensar que estamos acordados
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quando na verdade estamos a dormir
na sala de espera da vida.
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O segredo é combinarmos
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as nossas habilidades racionais
do quando estamos despertos
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com as possibilidades infinitas
dos nossos sonhos.
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Porque se o conseguirmos fazer,
conseguimos fazer tudo.
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Já tiveste algum emprego que detestasses
e em que te empenhasses imenso?
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Um longo e duro dia de trabalho. No fim
chegas a casa, deitas-te, fechas os olhos.
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Acordas instantaneamente
e apercebes-te...
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que o dia inteiro, no trabalho,
foi um sonho.