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Saboreia a alegria e a tristeza,
o riso, a empatia, a compaixão...
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e guarda a memória emocional
na tua mala de viagem.
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Lembro-me de onde vim,
e como me tornei humano.
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Porque andei por aí...
Agora tenho a partida marcada.
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Saída.
Velocidade de escape.
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Não só a eternidade
mas o infinito.
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- Desculpe.
- Desculpe.
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Podíamos repetir isto?
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Sei que não nos conhecemos mas
não quero ser uma formiga, sabes?
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É como se andássemos pela vida...
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a balançar as antenas
de encontro uns aos outros,
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com o piloto-automático
sempre ligado, como formigas,
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e sem que nada de humano
nos seja solicitado.
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Pára. Avança.
Vem para aqui. Vira para acolá.
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Toda a acção voltada
para a sobrevivência.
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Toda a comunicação destinada
a manter o formigueiro activo...
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de forma eficiente e civilizada.
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"É a tua oportunidade." "Papel ou
plástico?" "Crédito ou débito?"
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"Deseja ketchup a acompanhar?"
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Eu não quero uma palhinha.
Quero momentos humanos verdadeiros.
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Quero ver-te a ti.
Quero que me vejas a mim.
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Não quero prescindir disso.
Não quero ser uma formiga, percebes?
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Sim.
Claro.
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Eu também não quero
ser uma formiga.
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Ouve, obrigado pelo abanão.
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Tenho andado em piloto-automático,
ultimamente, como um zombie.
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Não me sinto uma formiga por dentro
mas, se calhar, pareço uma.