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Não sei. Também é estranho
por não ser um estado permanente.
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Parece antes um espectro
alargado de consciência.
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Como se a lucidez fosse oscilante.
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Neste momento até sei
que estou a sonhar, não é?
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Até estamos a falar sobre isso.
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Nunca estive tão próximo de mim
e dos meus pensamentos.
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Estou a falar de
estar dentro de um sonho.
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Mas, começo a pensar...
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que esta é uma situação
sem precedentes em mim.
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É absolutamente única.
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A... a qualidade
de... do ambiente...
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e da informação
que estou a receber.
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Como a tua novela, por exemplo.
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Essa ideia é fixe.
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Nunca me lembraria duma dessas.
É algo que me é totalmente alheio.
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É como se me estivesse a ser
transmitido do exterior.
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Não sei o que é isto.
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Parecemos sentir-nos
tão limitados pelo mundo...
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e... e as suas restrições,
mas somos nós que as criamos.
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Ficamos a tentar compreendê-lo,
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mas é como se, quando sabemos
que estamos a sonhar,
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pudéssemos fazer tudo
o que queremos.
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Estamos a sonhar,
mas estamos acordados.
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Temos... tantas opções,
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e a vida é isso mesmo.
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Percebo o que queres dizer.
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A questão sou eu.
Eu sou o sonhador.
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É estranho. Como se
muita dessa informação...
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que... essas pessoas
me têm estado a passar...
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nem sei... tivesse esta imensa
conotação ligada a si.
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- Está bem. Como te sentes?
- Bem.
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Sinto-me bem.
Por vezes um tanto isolado,
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mas a maior parte das vezes,
sinto-me mesmo em conexão,
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completamente envolvido no processo.
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O que é estranho, porque,
na maior parte das vezes,
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fui absolutamente passivo,
não dando qualquer resposta,
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a não ser agora, parece-me.
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É como se tivesse deixado
a informação escorrer sobre mim.
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Não se é necessariamente passivo
por não se responder verbalmente.