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Estamos nos finais de 50,
princípios de 60.
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Louis Malle acaba de rodar o seu filme
mais caro, dois milhões e meio de dólares.
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O Billy Wilder pergunta-lhe
de que é que trata o filme.
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E o Louis Malle responde, "É uma
espécie de sonho dentro de um sonho."
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O Billy Wilder diz-lhe, "Acabas de perder
dois milhões e meio de dólares."
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Sinto-me mais apreensivo
acerca disto do que...
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Ao longo dos séculos, a noção de que
a vida está envolta num sonho...
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foi tema recorrente
em filósofos e poetas.
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Não faz sentido, então, que a morte
esteja, também ela, envolta em sonho?
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Que, depois da morte,
a vida consciente continue...
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naquilo a que se poderá chamar
"um corpo onírico"?
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Seria o mesmo corpo onírico que reconheces
nos sonhos de todos os dias.
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Com a diferença de que,
nesse estado pós-morte,
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não poderás voltar a acordar,
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nem regressar ao teu corpo físico.
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À medida que a complexidade
do padrão vai aumentando,
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deixarmo-nos levar
deixa de ser suficiente.
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O que é que vai ser?
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Também conduzes um carro-barco?
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- Um quê?
- Deste-me boleia
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num carro...
que também era um barco.
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Não, pá. Não tenho nenhum carro-barco.
Não sei de que estás a falar.
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Meu, isto deve ser como a noite
num universo paralelo.
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Conheces aquele gajo,
que agora aqui estava,
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e que saiu à pressa pela porta?