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Como podes dizer isso,
o teu pai adora-te.
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E eu gosto imenso
de vir ás compras contigo.
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De vez em quando apetece-me
propor-to, isso ou outra coisa,
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vires ao ginásio comigo...
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Mas temo sempre
que me mandes passear.
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Que ridícula.
- Talvez seja.
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Mas para mim não é fácil...
- Não, ridícula é a blusa.
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Deixa cá ver...
Claro, se te dobras assim.
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Não, é até muito bonita
e fica-te lindamente.
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Quem dera ter o teu peito...
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A sério, leva, faz isso por mim.
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Mas não a uso.
Levo-a mas não a uso.
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E levo a preta também.
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Tens montes de camisolas pretas!
- Não como esta.
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Tem piada, hoje julguei que
não me saía um som, e afinal...
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Mas acontece-me muito,
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chego cá deprimida,
sem vontade de cantar,
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e de repente fico na maior.
- Cantar é estimulante, sim.
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Adoro o seu anel.
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Quis vê-la para falar
dos tais ensaios com o grupo...
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Ah, desculpe, o meu Pai pediu
que lhe desse o número dele
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para que o seu marido lhe ligasse.
O cartão dele...
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Porque adorou o livro dele.
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Obrigada, eu digo-lhe...
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Étienne Cassard?
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O escritor?
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É seu pai?
- E...
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Mas não fazia ideia!
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Eu admiro-o imenso.
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E tem graça, ainda há pouco tempo
cruzei-me com ele numa festa,
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ele estava com...
Ele só passou por mim,
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mas estava com uma jovem
que pensei ser a sua filha.
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É a mulher dele.
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Ah, era a mulher!
Mas não importa...
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Então, é seu pai...