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Não queres saber?
- Pois, nem quero ouvir.
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Se continuo assim nervosa
nem vou para o palco.
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Eles cantam e eu suicido-me aqui,
com toda a calma...
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Cruzei-me outro dia com a Edith.
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E falaram-se?
- Ela não me viu.
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Pensei chamá-la, mas...
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Sentia-me pouco orgulhosa.
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Pouco orgulhosa com quê?
Vá, pára de falar da Edith...
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Dá-te prazer estares sempre
a mortificar-te?
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Como a vi senti-me esquisita,
é normal.
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Sentes-te a cada vez!
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E quando não é ela é o Galland,
são as festas a que não vais,
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o Étienne que é demasiado isto,
não o bastante aquilo...
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Arranjas sempre maneira
de me culpabilizar.
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Eu? Eu culpabilizo-te?
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Não tenho uma sombra de ideia,
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ensaiei uns tantos disparates
sobre a ruptura, mas...
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E depois ela voltou
e isso não me inspira nada.
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Pergunta em quem pensam,
já começa a chatear.
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A calma não te ajuda?
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O campo é demasiado são,
aqui nunca escrevi uma linha.
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Porque não tem rede o meu
enquanto que o teu, tem?
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Não sei...
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Então, disseram-te?
- Vais ficar admirado.
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Desembucha!
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Querem o Pierre.
- A mim?
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Pois, alguém que represente
a nova geração.
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Disseste-lhes tu que...?
- Eu não disse nada.
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Como ela vem bonita!
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Já conheces este vestido.
- Pois conheço, mas adoro.
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Vai dar um beijo à miúda,
nunca mais adormece.
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Ainda há lugares lá atrás.
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M. Cassard, o maire pediu que
o sentasse na fila da frente.