Melinda and Melinda
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:53:02
A Laurel ouve a música e desata a chorar.
Tem os olhos vermelhos.

:53:06
E eu também. Quando o Raphael viu pela
primeira vez a Capela Sistina desmaiou.

:53:10
- Porque é que não chamas um táxi?
- Está bem. Vamos.

:53:13
Ela está apaixonada por ele.
:53:16
Ele é talentoso e está-se nas tintas
para o passado dela.

:53:19
Aliás, está comovido
pelo seu sofrimento.

:53:22
Até a história que ela tem recusado contar
acaba por contá-la.

:53:28
Eu matei-o.
:53:31
Mas foi um acidente.
:53:38
Em minha defesa, diria que estava
fora de mim, sob o efeito de drogas.

:53:42
Eu não deveria dizer drogas.
Comprimidos.

:53:45
Comprimidos para dormir,
ou para me manter acordada,

:53:49
fosse o que fosse que me ajudasse a
esconder as minhas dores dentro do armário.

:53:57
Mas para ser franca,
eu não tinha a intenção de o fazer.

:54:05
Claro que o neguei em tribunal.
:54:08
Mas o facto é que eu...
:54:12
Não tinha outra solução.
:54:16
Pensei em suicidar-me.
:54:19
Porque é que não o fiz? Não sei.
Teria sido mais racional.

:54:23
Ainda pensei matar a namorada do tipo.
:54:28
Ela chamava-se Maryanne.
:54:30
Maryanne Lane.
:54:35
E foi...
:54:38
Foi tão fácil comprar uma arma.
:54:42
Saí do estado,
entrei numa loja e comprei uma.

:54:47
Não me perguntaram nada.
:54:49
Comprei uma caixa de balas e carreguei
a arma como se sempre o tivesse feito.

:54:57
Foi tudo premeditado,

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