:03:02
em especial dos filmes da Universal
e protagonizados por Boris Karloff.
:03:06
Mas o conto original foi obra
de uma escritora adolescente precoce,
:03:10
Mary Wollstonecraft Shelley.
:03:12
Publicado anonimamente na sua
primeira edição,
:03:15
Frankenstein;
ou, O Prometeu Moderno,
:03:17
resultou de uma brincadeira literária que
ela fez com Percy Shelley e Lord Byron
:03:22
durante umas férias chuvosas
na Suíça no Verão de 1816.
:03:26
- Anda, Mary. Anda ver a tempestade.
- Sabes que os relâmpagos me alarmam.
:03:31
Estavam todos ali isolados,
o tempo estava mau,
:03:34
e alguém surgiu com a ideia -
:03:36
o Percy ou o Lord Byron - de que deviam
fazer um concurso literário.
:03:40
Assustada com a trovoada,
amedrontada com o escuro.
:03:42
Mas ainda assim escreveste um conto
que me deixou o sangue gelado.
:03:47
Vê-a, Shelley. Acreditas que esse lindo
semblante concebeu o Frankenstein?
:03:52
Um monstro, criado a partir
de cadáveres saqueados das campas.
:03:56
Estamos tão habituados ao Frankenstein,
de Hollywood, o filme da Universal,
:04:01
com todo o seu aparato eléctrico
e o tremendo custo de produção.
:04:05
É claro que a Mary Shelley,
quando ela escreveu o livro
:04:09
no início do século XIX,
:04:11
o descreveu de um modo algo diferente,
e, se eu puder ler apenas um parágrafo,
:04:16
deixa muita coisa
entregue à imaginação.
:04:19
"Foi numa noite triste de Novembro que
contemplei a proeza das minhas ciladas."
:04:24
"Com uma ansiedade que chegava
quase à agonia,
:04:28
juntei à minha volta
os instrumentos de vida
:04:31
para poder dar uma centelha de vida a
esta coisa sem vida que me jaz aos pés."
:04:36
"Já era uma da manhã, a chuva
rufava tristemente contra as vidraças,
:04:42
e a minha vela estava
quase consumida, quando,
:04:45
através do clarão
da luz meio apagada,
:04:48
vi o olho lânguido e amarelo
da criatura aberto."
:04:54
"Respirava a custo, e um movimento
convulsivo agitou-lhe os membros."