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"Também tinha boas hipóteses pictóricas,
tinha duas grandes caracterizações,
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e abordava um tema que podia ser
apresentado em qualquer lado -
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e isso faz parte do gozo
de fazer filmes."
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As mudanças no argumento feitas pelo
novo escritor, Francis Edwards Faragoh,
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foi o dar diálogos ao Fritz,
o ajudante do Frankenstein,
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que nos argumentos anteriores da
Universal era mudo.
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O laboratório do Frankenstein também
era agora numa velha torre de vigia,
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em vez de num moinho abandonado.
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O moinho, contudo, foi guardado
para a cena final.
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Mais importante, quer o Frankenstein
quer o monstro foram modificados
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em personagens mais compreensivas,
ganharam mais dimensão.
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Certamente que agora
sentimos pena pelo monstro,
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tal como no romance e
na peça da Webling.
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No romance,
o Frankenstein é estudante de ciências,
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não é médico, nem filho de um barão.
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A cena em que
o monstro ganha vida
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tem lugar na sala ao cimo das escadas
da casa de Frankenstein,
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e não, como neste filme,
numa velha torre de vigia.
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Não há nenhuma aparelhagem numa
exibição pirotécnica durante a criação,
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nenhuma tempestade eléctrica lá fora.
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Na peça de Webling/Balderston,
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o gabinete do Frankenstein, numa velha
casa em Goldstadt na Suíça,
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fora transformado num laboratório, e há
uma tempestade na cena da criação.
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Nas primeiras versões é usado um
moinho abandonado para o laboratório
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e rebenta uma tempestade.
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Uma descrição do cenário
num esboço preliminar do argumento
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menciona "algo que sugira
o laboratório no Metropolis."
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O filme mudo alemão de 1926
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tinha um cientista louco envolvido numa
cena de criação em laboratório
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por entre uma considerável
parafernália eléctrica.
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No livro da Mary Shelley,
a descrição dos procedimentos
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através dos quais Frankenstein deu vida
à sua criatura é vaga.