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Recuperarei de novo,
daqui a 10 ou 20 anos.
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Olhe, doutor. Voltei a ganhar!
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Aqui tem.
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Barão, ganho e bebo e bebo e ganho!
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Não se vão embora, por favor.
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Sejam meus convidados.
Não vão. Desculpe.
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Sei que não me devia impor,
mas estou-lhes tão grato.
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Tem sido maravilhoso.
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Pela primeira vez na vida, joguei e dancei.
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Podem rir-se,
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mas pela primeira vez na vida,
saboreei a vida!
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- Esplêndido!
- A vida é maravilhosa, mas perigosa.
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Se tiverem a coragem de a viver,
é maravilhosa.
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- Maravilhosa!
- Não sabe isso.
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Tem saúde e é feliz. Mas eu, acredite,
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se um homem não conhece a morte,
não conhece a vida.
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- É uma vida curta, mas alegre.
- Por favor, não se vão embora.
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Vá lá. Bebam à vida,
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à magnífica, perigosa,
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breve e maravilhosa vida.
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- Kringelein!
- E à coragem de a viver.
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Sabem, só vivi desde a noite passada,
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mas esse pouco tempo parece maior
que todo o tempo que passou antes.
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Todo o...
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Levem-no para a cama.
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Virem-no.
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Como é que ele está, doutor?
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- Acaba num minuto.
- Acaba?
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- Ainda agora começou.
- Silêncio, Kringelein. Não tenha medo.
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Não tenho medo, doutor.
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- Não tenho medo de morrer.
- Pronto.
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Vai ficar bem.
Demasiado champanhe gelado.
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- O quê?
- Olá, Barão.
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Olá, Kringelein.
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Seu velho bêbado.