:09:00
A sério, Julia, o que é isto?
:09:03
Já te disse, vivo aqui.
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Anotei para ti nas costas de um envelope.
:09:08
Mas é enorme. Estou siderado.
É como a Estação Central.
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Má ressonância.
:09:17
Pára de criticar esta casa,
ou mando chamar o segurança.
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-Pára. Vou sair para a igreja.
-Espera.
:09:22
Queres saber o que aconteceu?
:09:24
-Fui à porta da cozinha perguntar por ti.
-Não.
:09:27
Pensei que fosses secretária
ou a companhia de uma idosa.
:09:30
-De certeza que não és?
-Juro que não.
:09:33
-Que idiotice é aquela? Olha bem.
-Pára, Johnny.
:09:38
Vocês devem ser muito ricos.
:09:40
Não somos propriamente pobres.
:09:42
Devias ter-me dito, a sério.
:09:44
-Teria feito diferença?
-Com certeza.
:09:47
Teria pedido que casasses comigo
em dois dias, e não dez.
:09:50
-És tão engraçado.
-Porquê?
:09:52
Por falares disso.
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-Do dinheiro? É assim tão sagrado?
-Claro que não.
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Estou apenas encantado. É tudo.
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Se de repente descobrisse
que tocavas piano, ficaria encantado.
:10:02
Ter dinheiro é como saber tocar piano?
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São dois atributos muito agradáveis
para uma rapariga.
:10:07
Não te preocupes. Se me apaixonar
por uma rapariga rica, darei o meu melhor.
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-Mas tu próprio vais ganhar milhões.
-Não vou, não.
:10:15
-Vais, sim.
-Não.
:10:17
-Sim.
-Não, o filho do Sr. Case não vai.
:10:20
Sou um típico homem do povo.
Comecei a vida com estas duas mãos.
:10:23
Também o cavalheiro por cima da lareira.
Segue a coragem do avô.
:10:29
-Não me digas que és da família dos Seton.
-Desculpa, Johnny, mas sou.
:10:35
Isto é demais.
:10:36
Se o homem já fez, é porque pode ser feito.
Ou algo parecido.
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Escuta bem, se pensas que vou ser
algum génio da finança, estás...
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Anima-te, não é assim tão sério.
:10:48
Se não achas sério
anunciar este noivado ao pai...
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-Disseste que ias à igreja?
-E vou. Por isso é que sou esperta.
:10:55
Porque o pai está na igreja
e lá ele não pode falar.
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-Tens assim tanto medo dele?
-Não. Mas é a melhor maneira.