1:17:01
	Senão fosse o Pablo os nacionalistas
teriam invadido a nossa cidade,
1:17:05
	durante a revolução,
onde muitos deles viviam.
1:17:09
	Mas o Pablo organizou as pessoas
e durante a noite
1:17:13
	todos os suspeitos foram arrancados
da cama e trancados no Câmara.
1:17:18
	No escuro,
ele cercou os postos da polícia,
1:17:22
	cortou os fios telefónicos
e pôs dinamite debaixo dos muros.
1:17:27
	Na amanhã seguinte ele disse
à guarda civil para se render,
1:17:31
	mas não o fizeram.
Então, ele rebentou com o muro.
1:17:42
	Mas depois gritaram-nos
para pararmos com o fogo
1:17:45
	e quatro guardas civis
retiraram-se com as mãos no ar.
1:17:49
	Pablo disse: "Mostrem como se morre.
Já que tudo o que fizeram foi matar".
1:17:54
	"O que vão fazer?", perguntou
o oficial. "Matar-vos".
1:17:58
	O Pablo passou por detrás deles.
1:18:01
	Ainda hoje consigo ouvir a pistola
e ver a cabeça de cada um a cair.
1:18:07
	Um manteve a cabeça erguida.
1:18:10
	Outro tremia
pelo corpo todo.
1:18:14
	Só um tapou os olhos com as
mãos e esse foi o último.
1:18:18
	O chapéu caiu-lhe da cabeça
e o Pablo disse:"Este é um cavalheiro,
1:18:24
	Pilar, até tira o chapéu
para uma mulher como tu".
1:18:32
	Nessa altura estava uma multidão
reunida em frente à Câmara.
1:18:36
	"Porque ages
dessa maneira?", perguntámos.
1:18:39
	"Para poupar balas e para
que vocês participem todos".
1:18:43
	Eu apanhei um chapéu de
um guarda civil e um homem disse-me:
1:18:47
	"Pilar, que mau gosto! Agora já
demos cabo de todos os guardas civis".
1:18:59
	Os bêbedos gritavam
como numa tourada.