Monsieur Verdoux
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com as suas conversas edificantes
sobre questões teúrgicas,

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os malabarismos do botecário.
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Devia ter sido químico.
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A química, amigo, é a manifestação
material do metafísico.

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É um místico.
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Lembra-se de discutirmos um
método humano de matar animais?

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- Nitidamente.
- Uma fórmula veterinária mortal.

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Sem dor, sem convulsões,
absolutamente sem paladar.

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A criatura bebe-a
e, passada uma hora,

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enrosca-se num sono tranquilo
e morre.

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Que memória excelente a sua.
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Se bem me lembro, estava a
experimentar com três substâncias.

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Etileno, brometo de etil
e outra coisa.

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Sim, era muito interessante,
do ponto de vista farmacêutico.

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O brometo de etil
provoca asfixia,

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mas, para atrasar
a acção erosiva do etileno,

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juntou-se C2HC.
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C2HC?
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Um agente congelante.
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Quando engolido, o tecido
altera-se gradualmente.

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Passada uma hora, o etileno
começa a fazer efeito.

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Parece uma paragem cardíaca,
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uma cãibra sistólica e puf!
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- O que fez acerca disso?
- Nada.

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Foi banido.
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- Porquê?
- Era demasiado perigoso.

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Na autópsia, não se encontram
vestígios do veneno no organismo.

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Imagina o poder de tal arma
nas mãos de um criminoso?

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Pense no dinheiro
das companhias de seguros.

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Excelente ideia. Formamos
uma sociedade e vamos a isso.

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Seguramos as pessoas, elas morrem
e nós fazemos fortuna.

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Não sei, mas creio que o veneno
poderia ser detectado num homem.

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- Porquê?
- Tem um metabolismo diferente.

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Podemos descobrir.
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- Como?
- É simples.

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Diz que o veneno
demora uma hora a fazer efeito?

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Envenene um vagabundo
e mande-o para um hotel.


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