Limelight
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:31:00
Ridículo.
Uma minhoca a rir-se para o sol.

:31:03
Porque não?
- Uma minhoca não ri.

:31:05
Testou o sentido de humor delas?
:31:07
Claro que não.
:31:09
Mas não tem qualquer sentido.
:31:11
A poesia tem que ter sentido?
:31:14
Nunca ouviu falar
em licença poética?

:31:17
Espere aí. Eu não lhe dei licença.
:31:19
Não dê.
:31:21
O que está a acontecer
ultrapassa-nos.

:31:23
Por enquanto, estou a aproveitar
do sentido da vida.

:31:27
Tanta energia gasta!
:31:29
Qual é essa coisa
que nos faz continuar a viver?

:31:33
Está certo.
Qual é a razão de isto tudo?

:31:36
Onde vamos nós?
:31:38
Vai para sul,
com a mão no meu bolso.

:31:41
Malandra...
:31:42
Como chegou até aí?
- Puro magnetismo.

:31:49
Porque é tão antagónico comigo?
:31:52
Temos que ser sérios?
:31:54
É difícil entendê-lo.
:31:56
Leia as minhas memórias.
:31:58
Você é muito engraçado.
- Como?

:32:01
Ao falar assim das minhocas.
:32:03
Porque não?
Até as moscas são românticas.

:32:06
As moscas?
- Sim.

:32:08
Nunca as viu chegar até às mesas,
:32:10
voar atrás umas das outras
no açúcar e na manteiga?

:32:15
Alguma vez leu "Vida da Abelha"?
- Não.

:32:17
A vida da abelha
vai de bulha na bolha.

:32:20
Ai é?
:32:22
Santinha!
- Isso sim.

:32:24
Perdão?
- Nesse traje, parece uma santinha.

:32:27
Tanto pó, querida,
tanto pó. Vir-se.

:32:31
Mas onde a guardam?
Na prateleira de cima?

:32:36
Pó talco? Não. Óleo?
Já sei: açúcar!

:32:39
Já pensou nisso?
O motivo da vida é o amor.

:32:43
Que lindo!
:32:45
Não é nada.
- Claro que é.

:32:47
Ao contrário, é baixo, horrível...
mas maravilhoso!

:32:50
Gosto muito de si.
- Sim?

:32:52
É sensível, sabe sentir as coisas.
:32:55
Não me incite.
:32:56
É verdade. Poucas pessoas
têm a capacidade de sentir.


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