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Não é justo estragar
a tua juventude.
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Mereces muito mais.
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Deixa-me ir.
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Que lhe aconteceu?
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É assim. Se eu tivesse
a força de abalar...
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Mas fico aqui atormentado.
Não é justo!
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É tudo falso!
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Para os meus últimos
anos de vida, quero a verdade.
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É tudo o que me resta.
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A verdade.
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É tudo o que eu quero.
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Com um pouco de dignidade.
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Se me deixar, eu mato-me!
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Detesto a vida!
O seu tormento, a sua crueldade!
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Não poderia continuar sem si.
Não entende? Eu amo-o.
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Queres amar-me.
- Eu amo-o!
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Amas o Neville, e eu não te censuro.
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É mentira.
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É o compositor
que conheceste na Sardou.
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Sim. Não lhe tinha dito
porque pensava...
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Era inevitável.
Eu tinha-o dito. Lembras-te?
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Um jantar num terraço do Tamisa...
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É mentira!
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Á luz das velas,
ele dirá que te ama.
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E tu lhe dirás que sempre o amaste.
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Mas eu não o amo! Nunca o amei!
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Era a música, a arte dele!
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Um mundo ao qual
não tinha direito.
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Ficam tão bem juntos.
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Mas eu não o amo! Nunca o amei!
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Por favor, acredite em mim!
Tem que acreditar!
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A dança foi espectacular,
mas a comédia não valeu nada.
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Temos que despedir o palhaço.
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Já pedi à agência
para me mandarem outro.
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Sabe quem é ele?
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Mesmo se fosse o próprio Calvero,
não tem graça.
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Pois é ele mesmo.
- O quê?
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O Calvero, sob outro nome.