:51:00
Vais conhecer
um milionário, um novito.
:51:02
- Como é que sabes?
- Intuição feminina.
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Estas malas são suas?
:51:17
- E aquela ali também.
- Sim, boneca.
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- Deves querer gorjeta.
- Esquece, boneca.
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Trabalhas aqui e eu também.
É bom ter-te connosco.
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- Adeus.
- Ouve, boneca.
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- A que horas sais?
- Porquê?
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Estou no turno da noite e tenho
uma garrafa de gin escondida.
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- E pela calada...
- Não és novo demais para isso, filho?
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Queres ver a minha
carta de condução?
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- Desaparece, está bem?
- É como gosto, grandes e mandonas.
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E livra-te da colega.
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- Velho nojento.
- O que foi?
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- Beliscou-me, no elevador.
- Vês como vivem as mulheres!
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Nem sequer sou bonita.
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Querem lá saber. Usas saia. É como
acenar a bandeira vermelha a um touro.
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Estou farta de ser a bandeira.
Quero ser o touro.
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- Vamos embora.
- Para onde?
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Prometeste que assim que chegássemos
largávamos o disfarce.
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- Como? Estamos lisos.
- Procuramos uma orquestra, de homens.
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O Spats Colombo e os capangas
andam à nossa procura pelo país todo.
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- É humilhante.
- Beliscaram-te. E depois?
:52:39
Preferias estar
a tirar chumbo do umbigo?
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Mas quanto tempo temos de aguentar?
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Qual é o problema?
Estamos bem instalados.
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Temos cama e mesa.
Pagam-nos à semana. Olha.
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Olha as palmeiras, peixes-voadores...
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Agora vens-me com peixes-voadores?
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Sei porque queres ficar.
Andas atrás da Sugar.
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- Eu, atrás da Sugar?
- Bem vos vi no autocarro.