:52:08
- Velho nojento.
- O que foi?
:52:10
- Beliscou-me, no elevador.
- Vês como vivem as mulheres!
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Nem sequer sou bonita.
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Querem lá saber. Usas saia. É como
acenar a bandeira vermelha a um touro.
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Estou farta de ser a bandeira.
Quero ser o touro.
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- Vamos embora.
- Para onde?
:52:24
Prometeste que assim que chegássemos
largávamos o disfarce.
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- Como? Estamos lisos.
- Procuramos uma orquestra, de homens.
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O Spats Colombo e os capangas
andam à nossa procura pelo país todo.
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- É humilhante.
- Beliscaram-te. E depois?
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Preferias estar
a tirar chumbo do umbigo?
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Mas quanto tempo temos de aguentar?
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Qual é o problema?
Estamos bem instalados.
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Temos cama e mesa.
Pagam-nos à semana. Olha.
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Olha as palmeiras, peixes-voadores...
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Agora vens-me com peixes-voadores?
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Sei porque queres ficar.
Andas atrás da Sugar.
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- Eu, atrás da Sugar?
- Bem vos vi no autocarro.
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Aos segredinhos, todos juntinhos
e a usarem o batom uma da outra.
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- Que é isso? A Sugar e eu?
- Sim, tu e a Sugar.
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- Somos como irmãs.
- É, e eu sou a fada-madrinha.
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E não te perco de vista.
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Estão decentes?
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Entre.
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Viram uma mala castanha com uma
risca branca e o meu nome?
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Tem a minha roupa de praia.
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- Não, não vimos.
- Não percebo.
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Desaparecem os óculos,
depois a minha mala.
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- O meu cavaquinho?
- E o cavaquinho.
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- Há um ladrão entre nós.
- Ah, está aqui. Olá, Sug.
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- Vamos tomar banho. Vêm?
- Banho? É para já.
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Não tens fato-de-banho.
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Eu também não.
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- Ela também não. Não tens?
- Alugamos no balneário.
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- E tu, Josephine?
- Fico de molho num banho quente.
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- Num dia assim? Está tão bom.
- Deixa-a de molho. Vamos.
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- Não te queimes, Daphne.
- Tenho bronzeador.