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lndicando aos espectadores
os trémulos começos dum amor.
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De seguida,
conflito!
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Adivinha-se pela música,
quao plena de perigo
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é toda a situaçao.
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E agora...
a primeira permuta.
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O público engole em seco
ao ver que foram enganados.
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As coisas nao sao o que parecem.
De modo algum.
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Na verdade, a situaçao
reverte-se por completo,
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o que envolve
uma magnífica e engenhosa
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permuta...
á permuta.
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Atónitos com o súbito
desenrolar dos acontecimentos,
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o rapaz e a rapariga constatam
o quanto estao errados.
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Nesse ponto,
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a música
retoma um tom fatídico.
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Dao-se conta do perigo em que estao,
e a perseguiçao começa!
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Derrapagens, telhados,
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figurinhas ao longe,
correndo pela cidade aterrorizada.
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De súbito, num beco deserto,
sentado numa lata de lixo,
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o pêlo emaranhado
e molhado da chuva,
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e em primeiro plano,
o gato!
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Ao aproximarmo-nos
gradualmente do clímax,
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a música ascende.
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E ali
totalmente inconscientes
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da chuva torrencial
que lhes cai em cima,
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caem, feliz e ternamente,
nos braços um do outro.
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E, enquanto os espectadores se
babam de prazer sexual subliminal,
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as duas enormes
e exorbitantemente pagas cabeças
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aproximam-se para
o inevitável momento final.
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O que agita o solo,
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paga a renda,
enche cinemas,
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e vende pipocas...
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O beijo final.
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A imagem desvanece.
Fim.
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Aqui está. 138 páginas. Porquê mais
longo? Teríamos de o cortar.