:03:00
Tinha 14 anos.
Foi o meu primeiro emprego.
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E, no elevador,
adivinhava o tamanho da gorjeta...
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...pelo perfume que o hòspede
usava.
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O hotel foi uma verdadeira
fonte de educaçäo.
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Como paquete, era preciso
fornecer uma série de coisas.
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Noite dentro, àIcool aos bêbados,
erva aos janados...
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...e tipas aos necessitados.
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E era espantoso como se conseguia
identificar esta gente...
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...e os desejos de cada um,
através do olfacto.
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A mäe...
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A minha mäe,
cheirava sempre lindamente...
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...em especial quando ia sair.
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O que me lembra...
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Tinha eu... 10 anos.
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Antes do meu pai morrer...
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Estava ao colo dele, como
estava sempre, apòs o jantar...
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...e a minha mäe entrou de vestido
novo, a cheirar lindamente...
:04:09
...e disse que ia à biblioteca.
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E o meu pai sugeriu
que mudasse de meias...
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...e que tinha uma malha
na da direita.
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Ela disse que näo, que näo tinha
tempo. E apressou-se a sair.
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Mas o resto daquela noite...
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...aquela noite terrível,
nunca eu esquecerei.
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Quando ela voltou...
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...a malha na meia estava do lado
esquerdo, em vez de ser no direito.
:04:44
Näo pretendo refrear
a divagaçäo do pensamento...
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...mas estamos a afastar-nos
das nàuseas do Edward.
:04:55
Bom, é tudo por hoje.
Bennie, abre as persianas?